# Margarida Pires

Margarida Pires é assistente social e dirige uma IPSS. Inscreveu-se motivada pela temática geral do ciclo de ética e espiritualidade “Cuidar (n)as fronteiras da vida”, e pela formulação dos títulos das sessões – «perspicazes jogos de palavras, que encerram em si reflexão e que fazem refletir». Embora tivesse um particular interesse pelo segundo módulo, mais direcionado às questões éticas, foi com alguma surpresa que o primeiro módulo, sobre a hermenêutica cristã da condição humana, “terá sido aquele que mais me fez refletir, provavelmente pela forma como a abordagem foi feita. Para mim foi desconstruir, para reconstruir de uma forma muito mais bela”.

 

# Amália Saraiva

Amália Saraiva é Irmã Reparadora de Nossa Senhora de Fátima. Chegou ao ciclo atraída pela “pertinência do tema, que por si só foi motivador. É um tema para todos. Todos somos cuidadores e simultaneamente necessitados de cuidado”. A sua síntese recorda os conteúdos fundamentais desta formação: “foi apresentada uma abordagem holística do cuidar, sendo que o acento no humano fez com que este ciclo de estudos tivesse uma dimensão prática muito significativa. Num registo teológico, bíblico, histórico e sociológico, abordaram-se temas complexos como o sofrimento e a morte de modo a desmistificar os preconceitos subjacentes a estas realidades. A evolução técnica nas suas variadíssimas formas não prescinde do cuidado humano afetuoso e próximo. A conferência final teve o mérito de sistematizar o tema, sublinhando as quatro coordenadas que presidem ao cuidar: sentir-se amado; ser capaz de amar; reconhecer a grandeza e a fraqueza pessoal que são constantes numa relação de cuidado”. Amália Saraiva reserva ainda uma palavra aos formadores que, “além da competência disciplinar, se revelaram excelentes comunicadores, abertos ao diálogo, à troca de experiências, criando um ambiente formativo informal e descontraído, muito favorável à aprendizagem entre adultos”.

 

# André Pereira

André Pereira trabalha como assessor no Santuário de Fátima e é formado em teologia. Tendo sido desafiado a orientar uma das sessões do primeiro módulo, optou por participar na quase totalidade do ciclo. Para ele, este foi «um percurso particularmente fecundo de leitura interdisciplinar e ‘situada’ da condição humana», na medida em que a temática se debruçou sobre «aspetos vivenciais concretos, dramas reais e questões experiencialmente enfrentadas». Sintetiza desta forma a sua experiência: «o desafio deste itinerário foi o de tomar a nossa condição de fragilidade como lugar de esperança, fecundidade e vida». E remata: «reconheço, com muito agrado, que as reflexões aportadas e os caminhos calcorreados – como gérmen de uma reflexão a construir pela vida fora – se revestiram de uma riqueza e uma significatividade tais que não terão deixado indiferente qualquer dos participantes. Uma ótima iniciativa a estender a outros temas-chave!»

 

# Maria do Carmo Ribeiro

Maria do Carmo Ribeiro é missionária comboniana. Inscreveu-se no ciclo “porque é um tema que sempre me ‘cativou’. Interessa-me sobremaneira o discurso e reflexão deste tema, sob várias vertentes, e claro também no seu aspeto teológico e existencial. E agora que estou, há quase cinco anos, a cuidar da minha mãe a tempo inteiro, foi muito bom ouvir confirmar, de algum modo, a graça inexplicável que estou a viver”. Para além da temática, Maria do Carmo sublinha a qualidade das apresentações: “na maioria dos casos, os temas foram apresentados a partir duma profundidade e abrangência, que iam beber à grande qualidade do saber académico aferido pela experiência refletida, com uma sensibilidade pessoal particular, que lhes deu uma beleza própria. Sim, penso que foi determinante a alta qualidade dos relatores: a sua preparação académica, profissional e o modo como conjugam isso com uma sensibilidade, experiência, e o modo como estão na vida: foi uma transmissão de vida, bela, essencialmente”. Entende que ajudar os cuidadores a compreenderem a sua vocação e a espiritualidade que habita o cuidado é um meio de preencher uma lacuna de instrumentos que ajudem as pessoas nesta vocação do cuidar, “que quase nunca é escolhida, e muitas vezes nunca chega a ser aceite conscientemente”. Cuidar do cuidador, também ele frágil, é missão importante: “todos conhecemos verdadeiros dramas, em ‘duplo’: a pessoa doente, e os que a cuidam que entram em desespero, em depressão, em revolta… E a maior parte das vezes, infelizmente, não conseguimos mais que fazer o papel de ‘amigos de Job’.”

Formação cristã

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