O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) alertaram na terça-feira, 1 de Julho, para a existência de cortes no fornecimento de alimentos a refugiados devido a falta de fundos.
Num encontro em Genebra com representantes de governos africanos, as duas agências da ONU advertiram que a falta de fundos combinada a problemas de logística e de segurança em alguns países obrigou a cortes nas rações alimentares de cerca de 800 mil refugiados em África.
Os países mais afetados pelos cortes no fornecimento de alimentos são o Chade, Sudão do Sul e República Centro Africana, onde os cortes chegam a ser de mais de 50 por cento, afetando cerca de 450 mil refugiados.
A distribuição de rações foi também reduzida no Burkina Faso (43 por cento), Libéria (38 por cento), Moçambique (23 por cento), Gana (20 por cento), Mauritânia (5 por cento) e Uganda (5 por cento).
O ACNUR e o PAM advertem que estes cortes agravam os níveis, já inaceitáveis, de malnutrição, desnutrição e anemia, que colocam em especial risco as crianças. A diretora do PAM, Ertharin Cousin, e o alto-comissário para os Refugiados, António Guterres, lançaram um apelo urgente para a doação de fundos.
Em toda a África, cerca de 2,4 milhões de refugiados estão espalhados em 200 locais em 22 países, e dependem do PMA para sua alimentação regular. Atualmente, um terço dos refugiados sofre com a redução nas cestas básicas. “Por isso fazemos um apelo aos governos doadores. Metade dos refugiados são crianças e não têm uma alimentação suficiente para serem saudáveis e construírem um futuro melhor”, afirmou Cousin.
[Fonte | combonianos.pt]