O renovado ciclo diocesano de estudos Bíblia e Teologia Cristã propõe, neste primeiro semestre, duas disciplinas fundamentais – Um Deus que se revela, lecionada por Gonçalo Diniz, e A vida como dom: criação e salvação, por José Henrique Pedrosa. No final do semestre, haverá ainda espaço para, em três sessões duplas, se explorar o tema O cristianismo como estilo? A fé como chave de leitura, num módulo interdisciplinar, a várias vozes.
Deixamos aqui uma breve sinopse das duas disciplinas fundamentais deste semestre:
Um Deus que se revela
Segundo a tradição bíblica, o crente assume-se, antes de mais, como aquele que vive à escuta da revelação de Deus. Ainda antes de se fazer palavra escrita, a revelação de Deus dá-se no coração e na carne do povo de Israel, no acontecer da história dos patriarcas, dos reis, dos sábios e dos profetas, na vida de um povo que acolhe o Filho e que se abre a todos os que no Filho recebem uma adoção filial.
Que palavra é esta em que Deus se revela e que instrumentos temos para que ela chegue a iluminar as nossas vidas? Que língua é esta em que Deus fala e como chegamos a discernir a sua presença na Palavra?
A vida como dom: criação e salvação
O que é o homem? Que sentido tem a sua vida? A resposta da tradição bíblica coloca este mistério diante do Mistério de Deus, com a intuição de que apenas neste confronto se há de iluminar a verdade plena sobre a vida.
Nas narrativas da criação, o homem encontra a sua verdade diante do olhar de Deus, descobre-se à imagem, como que à semelhança do Criador. No Cristo, esta imagem cumpre-se na plenitude e ele oferece-se, portanto, como chave de entrada no mistério do homem que «só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente» (GS, 22). Mesmo se esta imagem do Criador presente no homem é distorcida pelo pecado, ela é restabelecida pela graça de Cristo, num caminho entre o “já” e o “ainda não” até à consumação escatológica.